Já dizia
o ditado popular: “Quem não está a meu favor, está contra mim!”. Quando
discutimos a relação que se estabelece entre família e escola, muitas pessoas
tem por base esse ditado. No fundo, enquanto muitos buscam uma relação
harmoniosa, transparente e de complementaridade, outros, buscam criar e acentuar
o conflito.
Não é
novidade que, tanto a família quanto a escola são instituições sociais que estão
em constante mudança. Só não percebe quem ainda acredita que, mesmo que a vida
social mude, essas instituições não devem abrir mão dos valores tradicionais.
Essa é a questão: os valores aprendidos na família e na escola dão conta das
mudanças sociais?
Em busca
de uma possível resposta, deveríamos buscar um consenso, e não acentuar o
conflito!
Se sabe
bem que a instituição família é sim, no momento atual, um espaço que concentra
muitas formas de pensar. Passou-se de um modelo paternalista para um modelo
pluralista de ideias. Tanto a mulher quanto os filhos ganharam espaço de fala e
participação na economia familiar. Fora isto, percebe-se a construção de novos
modelos familiares, como por exemplo, as famílias homoafetivas.
De outro
lado, a escola enquanto uma instituição educativa que reproduz a ideologia do
Estado, portanto, interesses da classe dominante. A escola, no momento atual, se
encontra perdida entre muitas ideologias. De um lado a responsabilidade de um
ensino mais crítico, de outro, a necessidade da profissionalização e preparação
para o mercado de trabalho.
O que
está acontecendo é que, nessas mudanças, tanto na escola quanto na família
(pensando numa relação de complementaridade), cada instituição deveria assumir o
seu papel quanto ao ensino dos valores. À família, valores disciplinares; à
escola, valores científicos. Isso é nítido! Também fica claro que, quando uma
das instituições não cumpre efetivamente o seu papel, cria um conflito com a
outra. Até quando isso irá acontecer?
Será que
não está na hora de as duas instituições buscarem alternativas do cultivo de
valores desenvolvendo uma parceria? Pensar isolado, não estará produzindo um
sujeito (seu filho, por exemplo) com crise de identidade? Ou pior, a falta de
harmonia entre essas duas instituições, não estará produzindo tanto um modelo de
família, quanto um modelo de escola desprovido de valores fundamentais? Enquanto
isso não se resolve, cada um faz o que pensa ser o certo, às vezes, numa relação
de complementaridade, outras, de conflito.
(Rudinei
Barichello Augusti - Professor de Filosofia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário