“O pobre
homem, já prestes a pular da ponte, olhava todos em volta, como a procurar quem
o socorresse. Eu, que estava mais próximo, achei-me na obrigação de ajudá-lo.
Falei-lhe a pouco menos de um metro:”- Não faça isso, amigo! “ Observei, pela
aliança que trazia no dedo da mão esquerda, tratar-se de um homem casado, e pelo
terno e pasta executiva, deduzi fosse homem de negócios. Arrisquei, então esta
frase:
Ouvindo o
que eu falava, o infeliz não teve dúvidas: Atirou-se da ponte num mergulho
mortal sobre o asfalto que o esperava vinte metros abaixo. Minhas palavras foram
o estímulo e a coragem de que precisava para pôr fim à vida.
Informaram-me
horas depois que o suicida havia perdido o emprego após longos anos de dedicação
e trabalho e, chegando em casa arrasado, surpreendeu sua esposa enroscada ao
corpo nu do diretor da empresa de que fora demitido.
(
Maurício Palmeira )
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