
A língua portuguesa possui
inúmeras expressões interessantes. Muitas vezes, elas permanecem imutáveis ao
longo de anos, representando um forte papel cultural para o idioma. Existem
pessoas que se ocupam em pesquisar e descobrir a origem das expressões, que
podem ser fundamentadas na cultura do próprio país, ou ainda ter influência
estrangeira, mitológica, religiosa, histórica,
etc.
Sabe-se que as expressões
são adquiridas no contato direto com a língua, na socialização dos indivíduos.
De acordo com estudos, a partir dos cinco ou seis anos, as crianças começam a
usar algumas expressões e, daí em diante, continuarão a enriquecer o seu
dicionário mental para sempre.
Veja agora mesmo a origem das expressões a seguir:
Veja agora mesmo a origem das expressões a seguir:
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Voto de Minerva | |||||
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Santinha do pau oco | |||||
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Névoa baixa, sol que racha | |||||
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Sem eira nem beira | |||||
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A expressão vem do inglês
honeymoon. Na Irlanda, na Idade Média, os jovens recém-casados tinham o
costume de tomar uma bebida fermentada chamada mead – ou hidromel,
composta de água, mel, malte, levedo, entre outros ingredientes. O mel era
considerado uma fonte de vida, com propriedades afrodisíacas. A bebida deveria
ser consumida durante um mês (ou uma lua). Por essa razão, esse período passou a
ser chamado de “lua de mel”.
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Lua de mel
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Casa da mãe Joana |
A expressão "casa da mãe
Joana" alude a um lugar em que vale tudo, onde todo mundo pode entrar, mandar,
uma espécie de grau zero de organização. A mulher que deu nome a tal casa viveu
no século 14. Joana era condessa de Provença e rainha de Nápoles (Itália). Teve
a vida cheia de confusões. Em 1347, aos 21 anos, regulamentou os bordéis da
cidade de Avignon, onde vivia refugiada. Uma das normas dizia: "o lugar terá uma
porta por onde todos possam entrar". "Casa da mãe Joana" virou sinônimo de
prostíbulo, de lugar onde impera a
bagunça.
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A origem mais aceita para a
expressão está relacionada com os imigrantes que chegavam ao Brasil no século
19. Eles costumavam trazer da Europa ferramentas para o cultivo da terra, como
foices e enxadas, além de animais, como vacas e porcos. Uma ferramenta poderia
indicar uma profissão, uma habilidade, demonstrava disposição para o trabalho. O
contrário, chegar de mãos abanando, indicava preguiça. Atualmente, quando uma
pessoa vai a uma festa, mandam os bons modos que leve um presente. Se não o faz,
diz-se que “chegou com as mãos abanando”.
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Chegar de mãos abanando
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Pensando na morte da bezerra |
A história mais aceitável
para explicar a origem da expressão é proveniente das tradições hebraicas, onde
os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados.
Conta-se que certa vez um rei resolveu sacrificar uma bezerra e que seu filho
menor, que tinha grande carinho pelo animal, opôs-se. Independentemente disso, a
bezerra foi oferecida aos céus e afirma-se que o garoto passou o resto de sua
vida pensando na morte da bezerra. Assim, estar “pensando na morte da bezerra”
significa estar distante, pensativo, alheio a
tudo.
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"Homines sunt ejusdem
farinae" (São homens da mesma farinha, em latim) é a origem dessa expressão,
utilizada para generalizar um comportamento reprovável. A metáfora faz
referência ao fato de a farinha de boa qualidade ser posta em sacos separados,
para não ser confundida com a de qualidade inferior. Assim, utilizar a expressão
"farinha do mesmo saco" é insinuar que os bons andam com os bons, enquanto os
maus preferem os maus.
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Farinha do mesmo
saco
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Dor de cotovelo |
A expressão teve origem nas
cenas de pessoas sentadas em bares, com os cotovelos apoiados no balcão, bebendo
e chorando a dor de um amor perdido. De tanto permanecerem naquela posição, as
pessoas ficavam com dores nos cotovelos. Atualmente, é muito comum utilizar essa
expressão para designar o despeito provocado pelo ciúme ou a tristeza causada
por uma decepção amorosa.
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Quando a fotografia foi
inventada, a impressão da imagem no filme não se dava com a mesma rapidez dos
dias atuais. Na metade do século 19, os fotografados tinham de permanecer
parados por até 15 minutos, a fim de que sua imagem fosse impressa dentro da
máquina. Fazer as crianças ficarem imóveis por tanto tempo era um verdadeiro
desafio. Por isso, gaiolas com pássaros ficavam penduradas atrás dos fotógrafos,
o que chamava a atenção dos pequenos. Assim, a expressão “Olha o passarinho”
ficou conhecida como a frase dita pelo fotógrafo na hora da pose para a
foto.
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Olha o
passarinho!
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Motorista
barbeiro
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Antigamente, os barbeiros eram conhecidos não apenas por realizar o corte de cabelo e barba, mas também por desempenhar tarefas como: extração de dentes, remoção de calos e unhas, entre outros. Geralmente, os serviços extra deixavam consequências desagradáveis aos clientes. No século 15, o termo “barbeiro” era atribuído a atividades mal executadas. Com o tempo, passou a ser relacionado aos motoristas. Daí a expressão “motorista barbeiro”, ou seja, mau motorista. |
Para falar que algo nunca
foi usado ou que, se já foi, está em ótimo estado, dizemos que está "novo em
folha". A expressão também pode ser usada para designar alguém que, depois de se
machucar ou enfrentar uma doença, está curado. A origem dessa expressão
baseia-se em folhas de papel branquinhas, limpinhas e sem amassados, encontradas
em livros novos, recém impressos. Assim, trata-se de livros “novos em
folha”.
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Novo em
folha
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Ovelha
negra
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Esta expressão não é
brasileira nem restrita à língua portuguesa. Vários outros idiomas também a
utilizam para designar alguém que destoa de um grupo, assim como uma ovelha da
cor preta se diferencia em um rebanho de animais brancos. Na Antiguidade, os
animais pretos eram considerados maléficos e, por isso, sacrificados em oferenda
aos deuses ou para acertar certos acordos. Daí o hábito de chamar de "ovelha
negra" aqueles que se diferenciam por desagradar e chocar aos
demais.
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No século 13, baús eram
usados para guardar joias e documentos da corte de Portugal. Cada baú tinha
quatro fechaduras e era aberto por quatro chaves distribuídas entre funcionários
do reino. Com o tempo, os baús caíram em desuso. E algo que antes estava bem
“guardado a quatro chaves”, passou a ser “guardado a sete chaves”, devido ao
misticismo associado ao número 7. Esse misticismo originou-se nas religiões
primitivas babilônicas e egípcias, que cultuavam os sete planetas conhecidos na
época. Assim, a expressão “guardar a sete chaves” está relacionada ao ato de
guardar algo com segurança e sob sigilo absoluto.
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Guardar a sete
chaves
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Tintim
por tintim
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Corrente tanto no português
do Brasil como em Portugal, a expressão "tintim por tintim" é utilizada para
falar de alguma coisa descrita em seus mínimos detalhes. Segundo o filólogo
brasileiro João Ribeiro, “tintim é a onomatopeia do tilintar de moedas”, ou
seja, tintim é o barulho que uma moeda faz quando cai sobre outra. Em sua
origem, a expressão “tintim por tintim” era usada para se referir a uma conta ou
dívida paga até a última moeda. Assim, quando queremos obter informações
precisas sobre algum fato ou situação, costumamos dizer: "Conte-me tudo, tintim
por tintim”.
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