Quando
uma abelha voa de flor em flor para coletar o pólen, há uma série de adaptações
no organismo do inseto que a ajudam nessa função. O modo como elas veem o mundo
é um dos mecanismos que facilitam o trabalho das operárias.
O caminho
que uma abelha faz para coletar o pólen não é fácil. Além da tarefa propriamente
dita, ela precisa escapar de suas maiores predadoras, as aranhas, que têm um
engenhoso método para caçar.
É o
seguinte: as flores têm uma faixa de reflexão de raios ultravioleta provenientes
do sol, em uma trlha que leva até o pólen. A abelha sabe disso, e possui um
sensor de UV que a auxilia na coleta. As aranhas, por uma façanha da natureza,
conhecem esse mecanismo, porque colocam as mesmas faixas refletoras de UV nas
teias, esperando enganar suas presas.
É nesse
ponto que a visão das abelhas é um aliado. Para escapar das teias, a abelha
deixa de lado o sensor de UV e se orienta pela visão, buscando a luz polarizada
no céu que a leva de volta à colmeia. A visão das abelhas, baseada nas
diferenças de luz, é como uma imagem composta de pixels. Mas o olhar delas, ao
contrário dos monitores de computador, tem apenas 5000 pixels.
É
possível comparar a visão das abelhas com a do ser humano. Você já ouviu falar
em Afacia? Basicamente, é uma doença (adquirida em cirurgia ou após um acidente)
em que o paciente perde o cristalino do olho. Sem cristalino, não é possível
filtrar a radiação UV nos olhos.
O
paciente que sofre de Afacia, conforme relatos, consegue enxergar de fato a
radiação UV, como um feixe de luzes azuis. E é justamente isso que acontece com
as abelhas: como se sofressem de Afacia, elas são capazes de ver a radiação UV.
E usam essa condição como instrumento de trabalho.
O olho
humano comum não é capaz de captar a radiação UV. Se pudesse, ela seria apenas
mais uma cor como tantas outras, próxima do azul. A diferença entre nossa
percepção de cores e a das abelhas, na verdade, é mínima. Nós absorvemos,
basicamente, as radiações de verde, azul e vermelho, espectros de luz a partir
dos quais saem todas as cores que vemos.
A abelha
também recebe o azul e o verde, e apenas substitui a recepção do vermelho pela
recepção de UV. A razão disso, segundo os pesquisadores, é muito simples. A
abelha se orienta de volta à colmeia de acordo com os raios solares, que deixam
um rastro de UV que serve de referência ao inseto. Mesmo em dias nublados, esse
sistema funciona perfeitamente.
Fonte: hypescience
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