Título da
redação é opcional, mas saber defender ideias é obrigatório.
Um
exemplo:
Redação
do Enem 2014 foi sobre a publicidade infantil; acima prova nota mil de Fernando
Rodrigues (Foto: Arquivo pessoal/Fernando Rodrigues)
Fazer um
texto dissertativo-argumentativo capaz de receber nota 1.000 no Exame Nacional
do Exame Médio (Enem) é um desafio.
Abaixo,
em passos, veja 15 dicas de como se preparar para a prova:
1 - Leia
artigos de opinião
Colunista
do G1 e autora do livro "Redação Excelente! Para Enem e
Vestibulares", a educadora Andrea Ramal aponta que é preciso investir na
leitura.
"Leia
muito, sobretudo artigos de opinião de jornais e sites de notícias. Os artigos
de opinião são textos dissertativo-argumentativos: exatamente o estilo que você
terá que usar na prova do Enem e da maioria dos vestibulares. Quanto mais você
ler, mais vai ampliar seus conhecimentos e, além disso, fixar a estrutura
correta de um texto, reparando como o autor liga as ideias na introdução,
desenvolvimento e conclusão."
2 -
Perfil dos temas
Para
Lilio Paoliello, diretor pedagógico do Cursinho da Poli, gênero, religião e
política têm chances menores de aparecer como tema. "Como a prova é preparada
com muita antecedência, assuntos recentes têm pouca chance de aparecer.
Tradicionalmente, trata-se de temas que discutem problemas da comunidade,
focados em ambiente, sociedade e cultura, mas sem tocar diretamente em questões
como gênero, religião e política."
3 -
Treine o tempo: uma hora
Para
Andrea Ramal, é hora de treinar o bom uso do tempo. "Escolha temas relevantes e
escreva sobre eles como se fosse no dia da prova. Você tem uma hora para
escrever seu texto, certo? Faça primeiro um rascunho, descanse alguns minutinhos
e, depois, releia e passe a limpo fazendo as alterações finais. Sabe os atletas,
que treinam tanto para ganhar medalha nas competições? Redação também é assim.
Quanto mais você treinar, melhor."
4 - Seja
seguro e preciso
"Seja
preciso nas palavras. Se você não tiver certeza sobre o significado de um termo,
ou não lembrar da grafia correta, consulte o dicionário. Se tiver dúvida na
regência ou concordância verbal e nominal, consulte a gramática. Assim você
dominará cada vez mais a norma culta da língua portuguesa. E na hora da prova,
que não pode consultar nada? Se tiver dúvida, troque a expressão por outra,
sobre a qual você tenha certeza", aponta Andrea Ramal.
O diretor
do Cursinho da Poli complementa: "O candidato deve sempre pensar que está
escrevendo para outra pessoa ler. Por isso, é recomendável evitar palavras de
grafia ou significado não conhecido e, caso seja necessário, optar por termos
substitutos que não envolvam tantas dúvidas."
5 -
Lembre de fugir do pleonasmo
"Evite
pleonasmos, ou seja, repetições que revelam mau uso da linguagem. Por exemplo:
subir para cima, protagonista principal, ver com seus próprios olhos, surpresa
inesperada, retomar de novo e assim por diante. Não faça generalizações, como
por exemplo: “A economia sempre cresce quando...” ou “Esta é a melhor
solução”... Em vez dessas frases, é mais adequado dizer: “A economia costuma
crescer quando...” ou “Esta pode ser uma das soluções mais
indicadas”.
6 -
Refaça redações com temas já abordados
"Faça
redações de vestibulares de anos anteriores e, sempre que possível, peça a seu
professor para corrigir e sugerir melhorias. Ao escrever, leia o enunciado com
atenção. Uma das maiores causas de perda de pontos é fugir ao tema. Nesse ponto,
os textos de apoio, que aparecem na proposta de redação, podem ajudar bastante:
num tema muito amplo, eles dão o foco que você deve seguir."
7 -
Entenda as competências exigidas
A
correção da prova é baseada, sobretudo, no domínio de 5
competências:
-
COMPETÊNCIA 1: Demonstrar domínio da norma padrão da língua
escrita.
-
COMPETÊNCIA 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias
áreas de conhecimento para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do
texto dissertativo-argumentativo.
-
COMPETÊNCIA 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações,
fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
-
COMPETÊNCIA 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à
construção da argumentação.
-
COMPETÊNCIA 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado,
respeitando os direitos humanos.
8 - Sem
medo de intervir
"A temida
proposta de intervenção pode ser facilmente guiada pelas seguintes perguntas:
quem faria essa intervenção? Quando? Como? Lembrando, claro, que o plano deve
estar dentro da lei e deve respeitar os direitos humanos", pontua Lilio
Paoliello, diretor pedagógico do Cursinho da Poli.
9 - Leia
de forma frequente
É difícil
escrever bem ser ler constantemente. "São comuns os erros ortográficos e a falta
de informação, que resultam em problemas de coesão e coerência no texto. Essas
dificuldades podem ser evitadas com leitura constante e frequente, que
familiariza o candidato com as palavras em seu sentido correto, a norma culta de
nossa língua e com o formato do texto dissertativo-argumentativo", explica o
diretor do Cursinho da Poli.
10 –
Pense no que pode dar em ZERO
Há
algumas práticas que resultam em zero imediato. São elas: - Não atender a
proposta solicitada ou desenvolver outra estrutura textual que não seja a do
tipo dissertativo-argumentativo; - Entregar a folha de redação sem texto
escrito; - Escrever até 7 (sete) linhas, qualquer que seja o conteúdo; -
Impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação; - Desrespeito aos
direitos humanos; - Parte do texto deliberadamente desconectada com o tema
proposto.
11 - Não
comece pela redação
Para o
Professor Jacson Andrade, mestre em linguística aplicada e ex-colunista da TV
Rio Sul, afiliada da Globo no Sul do Rio, os estudantes devem evitar começar o
Enem pela redação:
“Leia
atentamente a proposta de redação, mas jamais comece por ela. Embora isso possa
causar uma sensação de perda de tempo, estimulará o subconsciente a buscar
soluções para resolver o tema e você poderá encontrar outros fragmentos
motivadores durante a execução da prova”, afirmou.
12 - Dê
um tempo ao texto
De acordo
com o docente, também é importante que o candidato “se afaste” do texto por um
tempo após concluí-lo para facilitar a identificação de possíveis erros que
tenha cometido.
“É uma
das melhores estratégias para se evitar erros. Entre o rascunho e a passada a
limpo, vá ao banheiro, lave o rosto e coma uma barra de cereais. Você ganhará
aproximadamente trinta minutos de ‘tempo psicológico’ e identificará com mais
precisão os pequenos equívocos na escrita”.
13 -
Introdução de sucesso
Começar a
redação demonstrando conhecimento dos principais fatos históricos pode ser um
ingrediente importante na receita para um texto bem avaliado no
exame.
“Há quase
dez formas de se iniciar uma redação, mas aproximadamente 70% das que obtiveram
nota mil contemplaram a ‘alusão histórica’. A razão é bem simples: a alusão
encanta o leitor, permite melhor contextualização e evita o temível ’branco’
durante a escrita”, conta o Professor Andrade.
14 -
Citação de matérias escolares
Segundo o
educador, outro ponto que costuma alavancar as notas da redação no Enem é a
utilização de conhecimentos adquiridos em outras disciplinas escolares durante a
elaboração do texto.
"Numa
proposta que trate da questão do lixo, por exemplo, convém trazer Antonie
Lavoisier, o pai da química moderna, que definiu que na natureza tudo se
transforma. Já para o tema falta d’água, não deixe de apontar que para toda ação
do homem há uma reação da natureza, o que sintetiza a terceira Lei do físico
Isaac Newton", exemplificou.
15 - Tema
não é assunto
Entender
a diferença entre tema e assunto pode evitar o que os avaliadores classificam
como “tangenciamento ao tema”, que nada mais é do que o desenvolvimento textual
apenas nos limites do assunto, sem a abordagem do problema social temático,
conforme explica Andrade.
"Assunto
é o que se discute de forma ampla, genérica ou restrita. Já o tema deve ser
considerado como sinônimo vulgar de 'problema de amplitude social'", explica. O
docente deu exemplos de cada um. "Jogos Olímpicos" seria assunto e "A falta de
estrutura durante os Jogos", tema.
Temas que
já caíram no Enem
Relembre
os temas e avalie sobretudo a linha adotada mais recentemente pelos responsáveis
pela elaboração da prova:
1998:
Viver e aprender
1999:
Cidadania e participação social
2000:
Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio
nacional
2001:
Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em
conflito?
2002: O
direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as
transformações sociais que o Brasil necessita?
2003: A
violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo
2004:
Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de
comunicação
2005: O
trabalho infantil na sociedade brasileira
2006: O
poder de transformação da leitura
2007: O
desafio de se conviver com as diferenças
2008 Como
preservar a floresta Amazônica: suspender imediatamente o desmatamento; dar
incentivo financeiros a proprietários que deixarem de desmatar; ou aumentar a
fiscalização e aplicar multas a quem desmatar
2009: O
indivíduo frente à ética nacional
2010: O
trabalho na construção da dignidade humana
2011:
Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado
2012:
Movimento imigratório para o Brasil no século 21
2013:
Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil
2014:
Publicidade infantil em questão no Brasil
2015: A
persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira
2016: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil
2017: Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil
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