Nessa
sociedade, em rápida transformação, cidadania depende cada vez mais da educação
moral e ética. No atual contexto tecnológico, de consumo e da mundialização da
economia e da cultura, os indivíduos são seduzidos a viver os valores das
grandes elites econômicas nos mais diversos aspectos da vida social. Por isso a
cidadania necessita de um elevado nível de socialização do saber científico. Do
contrário, seremos apenas consumidores ou não, dependendo da nossa condição
socioeconômica e dos nossos valores.
A
educação é um meio de construção e reconstrução de valores e normas que
dignificam as pessoas e as tornam mais humanas. "Numa educação ética, é preciso
resgatar e incorporar os valores solidariedade, de fraternidade, de respeito às
diferenças de crenças, culturas e conhecimentos, de respeito ao meio ambiente e
aos direitos humanos." (Siegel. 2005.p 41).
Ser cidadão é perceber que
fazemos parte do mundo. Nossas escolhas e posturas diante da vida afetam não
apenas a nós mesmos, mas também a vida de outras pessoas, da comunidade. Assim
como as atitudes das outras pessoas também nos afetam. Ao invés de só
reclamarmos poder agir e transformar as coisas. É verdade que sozinhos não
podemos mudar tudo, mesmo por que cada um de nós tem um ponto de vista diferente
do que e de como mudarmos as coisas. Ter como princípio a valorização do humano,
do ser e não apenas do ter material, já é um bom começo. Em nossas comunidades,
escola, clube, prédio, rua, etc. Sempre há pessoas que se uniu para lutar por
algo que acredita. Conheça melhor a sua comunidade e experimente participar dela
mais ativamente!
Uma ideia
é a participação de projetos que visem à melhoria da qualidade da
educação.
"A
preocupação com a educação para a cidadania, no Brasil, remonta à Constituição
de 1823. Parece curioso que em pleno Império já se fizesse presente entre nós um
conjunto de idéias em torno da universalização dos direitos, influenciada pelo
coetâneo movimento da ilustração francesa. Embora esse avançado ideário tenha
alcançado seu lugar na letra da lei, na realidade ainda predominava entre nós a
configuração de uma sociedade escravocrata e excludente, na qual apenas os
homens livres e proprietários desfrutavam de direitos devido ao sistema
censitário imperial. Esse sistema vigorou durante o Segundo Reinado e tinha sido
definido pela Constituição de 1824, a qual assegurava o direito de votar e ser
votado, participar da Câmara e do Senado, apenas àqueles cidadãos que se
enquadrasse em determinados níveis de renda. Não obstante, tanto os
constituintes de 1823, quanto os de 1824 preconizavam a disseminação de escolas,
ginásios e universidades, bem como a garantia da gratuidade do ensino público
apesar de omissos no que respeita à matéria obrigatoriedade." (BOTO
1999).
A questão
da defesa da ampliação do acesso à escola referia-se à desigualdade social, a
qual se supunha, poderia ser compreendida a partir dos parâmetros de capacidades
e talentos individuais. A elite econômica esta passando a ser destinada a
tornar-se elite cultural, uma vez que a universalização do acesso à educação
formal não se efetivou, permanecendo privilégio de uns poucos considerados
talentosos e mais capazes em relação aos filhos do povo, destinados à execução
de tarefas de somenos importância do ponto de vista da vida econômica, política
e social. Até o nascimento do partido Republicano, em 1870, não foram
verificadas grandes mudanças na área da educação, embora houvesse a crença de
que a escolarização era indispensável ao progresso do país, o que, por
consequência, exigia a transformação dos súditos em cidadãos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário