
Uma
história de amor, superação e autoconhecimento é contada no livro "Comer, Rezar,
Amar" (Editora Objetiva), escrito pela jornalista americana Liz Gilbert, que
relata suas experiências adquiridas ao longo de um ano em três lugares, partes
de sua transformação: Itália, Índia e Indonésia.
Na
história, que acaba de ser adaptada para os cinemas, Julia Roberts interpreta a
protagonista Liz, que após passar por um divórcio resolve passar um ano inteiro
viajando a fim de reencontrar o sentido para a vida. Durante sua peregrinação,
ela descobre os prazeres gastronômicos comendo a deliciosa culinária italiana.
Em seguida, na Índia, a meditação proporciona amparo para suas aflições. Por
fim, encontra o amor na Indonésia ao conhecer Felipe.
Tirar um
ano sabático, ou seja, totalmente dedicado ao descanso, para poder mergulhar em
uma jornada de autoconhecimento seria perfeito para qualquer pessoa, seja homem
ou mulher. Mas, verdade seja dita, a grande maioria das pessoas não pode se dar
a esse "luxo". A seguir, especialistas dão ideias para ajudar você a encontrar
um tempo para si mesmo, sem ter que deixar todo o resto de
lado.
Para
começo de conversa o melhor seria elaborar um projeto não tão ambicioso quanto o
da protagonista de "Comer, Rezar, Amar". Isso não quer dizer que grandes feitos
não devam fazer parte de seus planos, é claro que devem, mas você não pode ficar
na inércia e deve pensar de acordo com a sua realidade, enquanto não tira o
superprojeto do papel.
"Quando
não idealizamos grandes façanhas, tirar um tempo para si pode ser mais viável. O
número de minutos ou horas, o dia, tudo isso não pode ser imposto de forma
rígida, senão torna-se mais uma obrigação, gerando mais uma angústia pelo não
cumprimento", explica a psicóloga Rita Romaro, especialista em aconselhamento
clínico.
Na
prática
As
atividades externas são importantes, pois vivemos em sociedade, mas o que vai
possibilitar ou não o "encontro consigo mesmo", é a forma como cada um lida com
seus desejos e frustrações. Uma ótima dica para valorizar o seu tempo é
preenchê-lo com algo que dê a sensação de produtividade. Para trabalhar o corpo
e a mente, praticar uma atividade física pode ser uma grande alternativa.
"Procure reservar um tempo para praticar um esporte ao ar livre ou na academia.
Desde que a pessoa se proponha a se desligar e curtir o momento, como algo
prazeroso e não como uma obrigação", explica a especialista.
Para que
o tempo seja bem aproveitado, dedique-se a uma atividade que lhe dê prazer. E
não precisa ser nada muito complexo. "A pessoa pode praticar uma atividade
lúdica na qual se sinta espontânea. Como, por exemplo, um passatempo - pode ser
até uma palavra cruzada, uma pintura ou fazer compras. Cada atividade tem sua
válvula de escape e seu reduto de prazer", orienta.
Além
disso, programar viagens e passeios com aqueles de quem você gosta pode ser uma
ótima válvula de escape para a pressão cotidiana. "Claro que não precisa ser
durante um ano inteiro, mas uma viagem de fim de semana de vez em quando ou até
mesmo um passeio no parque com a família, pode ter efeitos renovadores", explica
a psicóloga Sylvia Sabbato.
E não é
só isso. Cuidar da beleza, além de fazer bem para a estética, também faz bem
para a saúde mental. Isso vai fazer com que você se sinta com a autoestima
elevada.
Entretanto,
também não precisa fazer disso uma obsessão, mas sim um hábito saudável. "O
importante é estar bem consigo mesmo. Quanto mais contente você estiver com sua
própria aparência e com seu interior, mais isto será transmitido exteriormente,
pois existem outras formas de comunicação que não só a visual", diz a
psicóloga.
No
papel
Procure
parar para organizar suas prioridades. Depois disso valorize-as,
independentemente de fatores externos como tarefas de última hora ou pessoas que
possam atrapalhar sua convicção. "Pode pensar no que realmente deseja fazer, sem
se preocupar tanto com o desejo dos outros", orienta Rita.
Muitas
vezes os acontecimentos do dia a dia fogem ao nosso controle e situações ou
sentimentos podem ser atropelados por eles. Nessa hora é que se costuma esquecer
de olhar para si e a sensação é de confusão. "Tire um tempo para refletir. Tudo
parece mais simples, quando se permite sentir tristeza ou alegria", diz a
psicóloga.
Sem
dúvida que a imensa quantidade de tarefas na maioria das vezes impossibilita a
realização de todas elas. No entanto, outra vilã muito poderosa é a
desorganização, que além de atrapalhar os planos, ainda vem acompanhada de
irritação e frustração. "O problema é que muita gente faz as tarefas certas na
hora errada ou então gasta muito tempo com atividades desnecessárias", é o que
diz o especialista em produtividade e organização do tempo, Christian
Barbosa.
A velha
listinha
Para
começara a se organizar melhor, tente adotar o hábito de anotar tudo. "Adote
novamente o hábito de escrever o que precisa ser feito nos próximos dias e
planeje a execução. Confiar seus compromissos apenas na memória não é uma
maneira recomendável para cumpri-los no prazo correto", explica o especialista
em organização.
Tente
listar suas tarefas e calcular o tempo que levará para cada uma delas. Fique
atento para não elaborar uma lista muito grande e seja fiel a real possibilidade
de realizá-las de acordo com o tempo que terá disponível. "A dica é começar com
pouco tempo de tarefas e depois expandir gradativamente para adquirir esse
hábito", revela Christian.
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