Somos
as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos, os erros de
nossos progenitores...
...
e com o esforço de abolirmos os abusos do passado...
...
somos os pais mais dedicados e compreensivos mas, por outro
lado...
...
os mais bobos e inseguros que já houve na história.
O
grave é que estamos lidando com crianças mais “espertas” do que nós, ousadas, e
mais “poderosas” que nunca.
Parece
que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ser, passamos de um
extremo a outro.
Assim,
somos a última geração de filhos que obedeceram a seus
pais...
...
e a primeira geração de pais que obedecem a seus
filhos.
Os
últimos que tivemos medo dos pais...
...
e os primeiro a temer dos filhos.
Os
últimos que cresceram sob o mando dos pais...
...
e os primeiros que vivem sob jugo dos filhos.
E,
o que é pior...
...
os últimos que respeitamos nossos pais...
...
e os primeiros que aceitamos que nossos filhos nos faltem com o
respeito.
À
medida que o permissível substitui o autoritarismo, os termos das relações
familiares mudaram de forma radical...
...
para o bem e para o mal.
Com
efeito, antes se considerava um bom pai, aquele cujos filhos se comportavam bem,
obedeciam suas ordens e os tratavam com o devido
respeito.
E
bons filhos, as crianças que eram formais, e veneravam seus pais, mas à medida
que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se
desvanecendo...
...hoje,
os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco
os respeite.
E
são os filhos, quem agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal
maneira que respeitem suas ideias, seus gostos, suas preferências e sua forma de
agir e viver.
E
que além disso, que patrocinem no que necessitarem para tal
fim.
Quer
dizer: os papéis se inverteram.
Agora
são os pais que tem que agradar aos seus filhos para “ganhá-los” e não o inverso
como no passado.
Isto
explica o esforço que fazem tantos pais e mães para serem os melhores amigos e
“darem tudo” a seus filhos.
Dizem
que os extremos se atraem.
Se
o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus
pais...
...
a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo ao nos verem tão
débeis e perdidos como eles.
Os
filhos precisam perceber que durante a infância estamos à frente de suas vidas,
como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos
conter...
... e de guiá-los enquanto não sabem para onde
vão...
É
assim que evitaremos que as nossas gerações se afoguem no descontrole e tédio no
qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem
destino.
Se
o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca...
Apenas
uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para
governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente
liderando-os...
...e
não atrás, carregando-os e rendidos às suas
vontades.
Os
limites abrigam o indivíduo.
Por
RUDI BIEGER
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