A educação passa por vários problemas, como a falta de
capacitação dos educadores, de planejamento curricular atualizado, democrático e
flexível, de um projeto político-pedagógico eficiente e eficaz que esteja
inserido em seu real contexto social e de interação, integração e
comprometimento social e econômico de todos os envolvidos na comunidade escolar,
que norteiam nossas escolas e que sofrem com a repressão de alguns educadores
que não almejam tais mudanças, pois, para que se mude algo, é necessário que
modifiquemos nosso pensamento e nossas ações e que aprendamos a aceitar as
diferentes opiniões individuais e coletivas. A crise na educação é estabelecida
pelos problemas gerados por métodos classificatórios de avaliação, currículos
fechados e falta de recursos, materiais, criatividade, motivação —tanto de
professores como de alunos —, respeito e valorização das diversas idéias e
opiniões. Nós, educadores, temos de criar, pesquisar, refletir e agir para mudar
essa realidade que envolve nossa educação.
Na atual estrutura socioeducativa em que está inserida a
educação, passamos por uma forte crise de identidade e paradigmas, na qual
falamos muito sobre o assunto, mas pouco colocamos em prática. A transformação
educacional está descrita nos livros, revistas, na mídia em geral, e tudo é
lindo e maravilhoso, mas as ações, as aplicações e as transformações não saem do
papel, da criatividade e da oralidade e, quando ocorrem, em número muito
reduzido, somente alguns educadores têm condições específicas para colocá-las em
prática e conseguem fazer isso. A transformação significativa depende da
criatividade individual e coletiva, da organização e do planejamento das idéias
e das condições estruturais e globais, que devem ser estimuladas pelo meio em
que vivemos e pela associação desses fatores à reflexão, análise, pesquisa,
interpretação, contextualização e avaliação das ações. Sabemos que problemas
educacionais ocorrem em varias áreas, como financeiras, culturais, sociais e
pedagógicas, mas, para que haja mudança, deve ser feito um levantamento dessas
dificuldades por meio de um diagnóstico da realidade e da busca das melhores
formas possíveis para a elaboração de um projeto eficiente e eficaz. Com a
participação de todos nas ações, podemos concretizar os objetivos para atingir a
modificação e transformação desse desequilíbrio que se reflete na evasão
escolar, em traumas psicológicos e nos processos pedagógicos educativos. Os
processos de avaliação escolar também contribuem para essa crise no sistema
educacional, pois a falta de diálogo entre o professor, o aluno, a escola, a
família e a comunidade geram distância e falta de comprometimento, e estes se
eximem de suas responsabilidades, contribuindo para o desrespeito e as
diferenças e gerando a exclusão escolar.
A avaliação escolar hoje está associada à contagem
numérica e classificatória, como se o aluno fosse uma simples quantidade que
necessitasse ser contada e classificada e a aprendizagem não existisse; mas, ao
contrário, todos existimos e somos avaliados a cada momento, e é dessa forma que
os educadores deveriam pensar. A avaliação deve ser contínua, gradativa,
reflexiva e diagnóstica. Se utilizarmos essas quatro ações, a escola certamente
terá um ensino de qualidade e contextualizado. Os processos avaliativos nada
mais são do que as ações praticadas pelos alunos por meio da assimilação,
interpretação, aplicação e reelaboração das atividades ou projetos para
solucionar problemas existentes na atual realidade. O educador deve exercitar e
avaliar todas as atividades executadas, pois isso faz com que se avalie o
planejamento curricular, a formação do educador, o projeto pedagógico, enfim, a
escola como um todo.
O papel do pedagogo é diagnosticar os problemas, buscar
as soluções, avaliar as ações e a melhor maneira para solucionar os problemas,
nunca desistir diante de conflitos e fracassos e buscar sempre alternativas por
meio da troca de experiências.
Mudar só depende de nós, da força
de vontade e motivação que existe dentro de nós.
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