Já
experimentou deixar para última hora seus compromissos? Já experimentou chegar
atrasado na rodoviária para pegar ônibus? Já deixou suas contas para pagar após
a data de vencimento? Já atrasou-se em festa de aniversário? Pois bem, todas
essas situações não tem recuperação! Todas elas causam estranhamento e
confusão.
Chegando
ao final do ano letivo, temos milhares de alunos que vão após o termino das
aulas prestar a chamada recuperação. Afinal, quem nunca ouviu a famosa pergunta
no fim de ano: “Você pegou recuperação?”. Qual é o seu posicionamento perante
esta questão? Vou fazer aqui algumas considerações
importantes.
Começamos
pela questão aprendizagem. Não consigo compreender que um aluno consiga aprender
em uma semana o que não conseguiu durante um ano. Nesse sentido, a recuperação é
apenas de nota e não de conhecimento. Uma vez que o mesmo não construiu
conhecimento suficiente para passar em avaliações durante o ano, agora ele só
passará se lhe for facilitado. Facilitado sim, pois ninguém consegue aprender
todos conteúdos anuais em uma só semana. Se fosse assim, não teríamos mais de
duzentos dias letivos, teríamos apenas algumas
semanas.
Como você
se sente diante de um fracasso? Só há uma resposta: como um fracassado! A
reprovação coloca em risco a identidade do estudante e também a responsabilidade
do professor. No momento em que se faz a recuperação, o estudante assume que
durante o ano letivo ele não demonstrou interesse pelo estudo. Com a aprovação
após a recuperação de final de ano, o professor reconhece o fracasso de sua
didática pedagógica e de seu trabalho como um todo.
De outro
lado, há aqueles que apenas desenvolvem um tipo de inteligência com mais
intensidade. Na verdade, as avaliações escolares deveriam contemplar essa noção,
pois quando agem de forma fragmentada desmerecem as múltiplas inteligências.
Além disso, é necessário observar que nem todos temos as mesmas habilidades e
competências. Mas, da forma como está estruturada a avaliação permite uma
crítica sobre si mesma no período de recuperação: Durante o ano, dogmatiza os
saberes e no final do ano, em nome da aprovação sem critérios se desmerece. Há
que se refletir sobre os processos avaliativos.
Outro
aspecto interessante que se observa é que nenhum tipo de avaliação teórica
produz responsabilidade. Durante muito tempo, as provas causaram muito mais medo
do que construção de saberes. Afinal, a avaliação deveria ser um processo
contínuo, sem medo, que possibilitasse à todos além da aprendizagem de
conceitos, também a discussão dos mesmos.
Mas
enfim, estamos chegando ao final de ano, e muitos estudantes já estão, ou sabe
que iram participar das avaliações de recuperação. Recuperação de conhecimentos
ou notas? Quais são os critérios para o exame final? Qual é de fato, a
necessária utilidade do mesmo?
Escola é
espaço de se entender, construir juntos! Trocar ideias! Faça isso, você que é
pai, mãe, professor, diretor, aluno, reflita sobre o verdadeiro significado do
exame final.
Gostaria
de lembrar aqui uma frase muito utilizada na Educação: “Se a escola boa é a que
reprova, hospital bom é o que mata.”
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