"Acho a maior
graça.
Tomate previne isso, cebola previne
aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem
problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não
exagere...
Diante desta profusão de descobertas,
acho mais seguro não mudar de hábitos.
Sei direitinho o que faz bem e o que
faz mal prá minha saúde.
Prazer faz muito
bem.
Dormir me deixa 0 km .
Ler um bom livro faz-me sentir novo em
folha.
Viajar me deixa tenso antes de
embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as
pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia
cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez
me embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de
cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser
humano.
E telejornais... os médicos deveriam
proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem,
ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo, faz muito bem; você
exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de
nada.
Acordar de manhã arrependido do que
disse ou do que fez ontem à noite é
prejudicial à
saúde.
E passar o resto do dia sem coragem
para pedir desculpas, pior ainda.
Não pedir perdão pelas nossas mancadas
dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar
central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum
celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que
pipoca.
Conversa é melhor do que
piada.
Exercício é melhor do que
cirurgia.
Humor é melhor do que
rancor.
Amigos são melhores do que gente
influente.
Economia é melhor do que
dívida.
Pergunta é melhor do que
dúvida.
Sonhar é melhor do que
nada."
(Luis
Fernando Veríssimo)
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