Esse
filme é uma ficção científica de boa originalidade. Com o cantor Justin
Timberlake essa película surpreende por ser mais parecida com antigos filmes de
ficção. Até os veículos são antigos, apesar dos seus roncos futuristas. O
personagem e protagonista Will é um cara pobre que precisa trabalhar para
sobreviver, literalmente, pois nesse mundo em que vive há um relógio no punho de
cada um, e muitos não tem mais que um dia de vida. Um milionário do tempo, com
mais de um século de vida ficou desanimado e deu seu tempo a Will, de modo que
se suicidou por não ver mais motivo na vida
Os ricos praticamente possuem a eternidade nesse filme, e os
pobres estão na iminência de sua morte. Cada ato é pago com tempo e muitas vezes
não resta, sendo a morte fatal o fim, como ocorreu com a bela mãe de Will (mais
jovem que ele na aparência). Então há pessoas com 60 anos, 80, e aparência de
30, 25, coisas que seriam o sonho das pessoas que temem o envelhecimento. Will
assim passa as diversas fronteiras do tempo (lembra as faixas do livro Divina
Comédia..) e chegando naquela área dos ricos e eternos, encontra a filha de um
banqueiro, com quem tem um romance, um amor proibido. Ela encontra seu amor
bandido, porque Will é procurado por roubar tempo. A polícia diz claramente não
buscar a justiça, mas sim ser guardiã do tempo
Fato é
que ao jogar poker com o pai da bela moça, se vê o protagonista ainda mais rico
e eterno, sendo que ele se banha com ela no mar, momento romântico de nudez e
entrega. A filha do banqueiro se aventura assim e se arrepende, por ter se
entregue ao desejo. Will é detido mas consegue fugir, e leva de refém a filha do
milionário. Ambos são assaltados e têm pouco tempo de vida. Isso lembra o
acasalamento de animais referidos por Darwin, onde a competição e a vitória dos
mais aptos garante a sua reprodução. No âmbito humano vemos essa seleção natural
por outros meios que não pela força, mas as barreiras sociais não são empecilho.
Will em atitude heroica, barganha tempo para o povo e deixa louco o banqueiro do
tempo, e nessa atitude Robin Wood ele se transforma no bom bandido.
Vemos que
o filme impressiona pela originalidade e pela criatividade. Vivemos tantos
clichês no cinema que fica difícil achar um filme diferente. Aqui há esse drama
de ser escravo do tempo, e tempo é literalmente dinheiro. O capitalismo é
darwiniano como o próprio antagonista confirma em sua fala. Há boa fotografia, o
roteiro está bom e o filme tem um ar de dualidade, quando por um tempo está na
riqueza e beleza, e noutro na escravidão e feiura dos pobres. Tal relógio no
punho me lembrou a marca da Besta e algo diabólico. Fato é que o herói superou a
morte e numa dinâmica cristã ofereceu aos outros o que não tinha, em caridade.
As pessoas vivendo muito se tornam mais fúteis e colecionadoras de quimeras e
superficialidades. O filme é claro ao demonstrar as festas da alta sociedade.
Will sabe que tudo isso se sustem a custa da morte de muitos e assim busca a
justiça, que é seu maior crime. Venceu os donos do poder e possibilitou a vida a
todos, além dos ricos. O filme é uma boa opção para quem já se encheu daqueles
que já se sabe o que irá acontecer. Aqui cada segundo é perigoso, e a morte está
a espreita. Uma boa opção para boas reflexões, pois o dinheiro faz o mesmo em
nossa sociedade.
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