domingo, 31 de julho de 2011

Interpretação do texto "Alegoria da caverna", de Platão

No Texto “Alegoria da Caverna”, Platão, em um diálogo com Gláucon, compara a educação humana, ou a falta dela, com uma situação hipotética onde pessoas que tenham vivido por toda a vida dentro de uma caverna, pudessem apenas, durante todo esse tempo, ver as sombras que vinham do exterior, projetadas na parede da mesma, o que para elas, eram a única realidade.
            Versava, após, sobre o choque causado pelo primeiro contato de um destes homens com o mundo externo ao que eles viviam, em que eles seriam forçados a endireitar sua postura, e olhar para os objetos e a luz, na forma como a conhecemos; falava, pois, sobre a dificuldade em aceitar uma nova proposta, e que, devido ao padrão pré-estabelecido, o homem tenderia a reconhecer como reais os objetos na forma que ele já conhecia, e não no padrão recém apresentado. Para que fosse possível a adaptação, necessitaria acostumar-se gradualmente com o meio. A partir disso, o homem seria levado a formar novas conclusões no tocante ao padrão de realidade em que ele, agora, vive.
            Este homem se lembraria de todo o sofrimento que passou na caverna, lembraria dos outros que lá ainda estavam, ficaria feliz por ter mudado sua situação e sentiria pena dos outros; faria tudo para não voltar àquela vida.
Se tivesse que voltar para a caverna, teria dificuldades, pois seus olhos já teriam se adaptado à claridade, e seria humilhado por seus antigos companheiros, que lá ainda estariam, e lhes daria a idéia de que sair dali era ruim, pois “estragaria suas vistas”, levando-lhes a agredir qualquer um que queira tirá-los dali.
            Finalmente, Platão demonstra a percepção final da realidade, onde, chegando-se ao limite do conhecimento do meio, perceber-se-ia que a idéia do Bem é a base de todo o conhecimento e consciência conhecidos, a despeito das ilusões em que as verdades foram outrora baseadas.
Na Alegoria da Caverna, Platão resume a aprendizagem do homem, buscando as verdadeiras idéias no mundo maravilhoso do incognoscível. E nessa alegoria que Platão estabelece a comparação entre o mundo sensível e o mundo inteligível. Para tanto, lança mão de sombras que se projetam no fundo de uma caverna escura, quando pela sua entrada passam objetos iluminados pela luz do sol.
O próprio Platão, interpretando a Alegoria da Caverna, explica que:
A caverna subterrânea é o mundo visível. O fogo que a ilumina é a luz do sol. O prisioneiro que sobe à região superior e contempla suas maravilhas é a alma que ascende ao mundo inteligível. E o que eu penso, mas só Deus sabe se é verdade. Em todo caso, eu creio que nos mais altos limites do mundo inteligível está a idéia do bem que dificilmente percebe­mos, mas que ao contemplá-la, concluí­mos que ela é a causa de tudo o que é belo e bom.
Platão define as ideias e suas relações dando-lhes valores, perfazendo um pensamento lógico e aritmético. Mostra em sua alegoria que o homem poderá viver no mundo das sombras (ignorância) acreditando em um mundo completamente diferente da realidade, podendo talvez, atingir a luz (sabedoria), para viver livre de preconceitos, conhecedor da verdade.

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