(SISTEMATIZAÇÃO FORMAÇÃO CONTINUADA
– ESCOLA EST. ENS. MÉDIO PEDRO MEINERZ)
A formação continuada de professores tem sido, nos últimos anos, tema para políticos, professores, pesquisadores, universidades e vários outros setores da sociedade. As concepções e práticas têm se assumido de forma rápida, observando-se pouco planejamento e estudo sobre o assunto. Nesse sentido, são desenvolvidas ações, na maioria das vezes, pretendendo solucionar problemas da educação, porém com resultados pouco satisfatórios, dada a complexidade dos problemas da educação, tanto para os próprios professores, como para os alunos e a sociedade, em geral.
Desde o ponto de vista de políticas públicas, a formação continuada de professores tem seu amparo legal na LDB 9394/96 (estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional Brasileira), ao regulamentar o que já determinava a Constituição Federal de 1988, instituindo a inclusão, nos estatutos e planos de carreira do magistério público, do aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive em serviço, na carga horária do professor. Esses horários, segundo a normativa legal, são reservados para estudos, planejamento e avaliação, com o intuito de propiciar uma formação fundamentada na "íntima associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço."
Em discussão, na Escola, o grupo pensa e define formação continuada como aquela desenvolvida mediante atividades de estudo e pesquisa feita a partir das necessidades e conhecimentos ligados à prática docente, é uma troca e registro de experiências do nosso campo profissional, socializando saberes e dificuldades, levando em conta as vivências e experiências de cada sujeito envolvido no fazer pedagógico.
Dizem os professores: “Entendemos ser um processo contínuo de aprender a ensinar. Nesse período os profissionais da educação se reúnem para discutir, debater, trocar idéias, ampliar seus conhecimentos em prol da educação, embasado em conhecimento teórico e práticas pedagógicas, envolvendo muita vontade e iniciativa própria. Esse processo deve ocorrer devido a necessidade de adequação a realidade, de acordo com as especificidades de cada área do conhecimento.”
Nessas dimensões, a formação continuada aparece associada ao processo de melhoria das práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores em sua rotina de trabalho e em seu cotidiano escolar.
Neste sentido, a formação de professores implica a busca, pela escola, de formas institucionais que favoreçam processos coletivos de reflexão e interação; a oferta de espaços e tempos para os professores dentro da própria escola; a criação de sistemas de incentivo à sua socialização; a consideração das necessidades dos professores e dos problemas do seu dia-a-dia (idem).
Na perspectiva adotada neste estudo, a formação continuada dos professores diz respeito à formação do professor na escola e/ou no sistema de ensino. A formação deve ser prática, significativa. Deve-se ter em conta a objetividade e a aplicação para a prática pedagógica. Pensamos que deva ser uma formação balanceada entre a especificidade de cada área e a troca de experiência, propiciando a interdisciplinaridade. Ela deve acontecer diariamente quando lemos uma notícia, quando pensamos, trocamos idéias, além do que é informado e criticar o que é pensado empiricamente.
A formação deve acontecer contínua e regularmente, primeiro dentro do ambiente escolar e depois ampliando para as demais instituições. Este é momento de sentar e planejar, estudar, reformular e reorganizar práticas, tendo sempre o embasamento teórico como base de sua reflexão.
O tempo é uma questão primordial, não temos como preparar um bom material e de forma a despertar o interesse dos alunos. estamos sobrecarregados, com excesso de jornada de trabalho e sem valorização do trabalho realizado, suporte teórico e remuneração adequada. Cada escola deve detectar seus problemas, procurando resolve-los através da formação continuada como aliada, como forma de solucionar problemas e dificuldades encontradas no dia a dia da escola.
Quanto as dificuldades encontradas no fazer pedagógico citamos: desmotivação, resistência a mudanças, carga horária excessiva (várias escolas), educação pouco valorizada, poucos recursos tecnológicos, baixos salários, desvalorização dos professores e falta de recursos humanos, muitas vezes a formação continuada esbarra no quesito tempo, liberação dos professores para tal, que não envolva horas fora do seu turno, o financeiro que amarra as horas. Além da escola, dos professores que buscam outras atividades que os remunerem melhor e material disponível desatualizado.
A formação continuada em nossa escola acontece semanalmente em nossas reuniões pedagógicas com leitura e socialização de textos pedagógicos, bem como vídeos, dvds.
Os critérios norteadores para a Formação Continuada deve contemplar aspirações e ações que priorize a troca de experiências entre os professores, com presença de profissionais renomados na área da educação onde pudéssemos ter uma visão, mais amplas, renovadas com práticas reconhecida na área de educação priorizando cada área de conhecimento.
A formação não deve ser imposta, direcionada de acordo com a visão dos profissionais de gabinetes. Seria interessante que as realidades das escolas fossem mostradas às pessoas que coordenam a formação, para que tenham clareza sobre as mesmas.
O nível da formação está repetitiva, não há expectativa (dos professores) de que haverá um acréscimo à prática e ao conhecimento. É necessário inovar, trazer oficinas por área de conhecimento, que surpreendam, que provoquem impacto, que despertem algo novo. E que os processos de Formação Continuada não sejam interrompidos a cada troca de governo, que sejam feitas através de palestras direcionadas a cada área do saber com profissionais experientes e atuantes e não palestrantes de gabinetes, com implementação na prática da inclusão digital, de oficinas para professores, da diversificação de materiais para pesquisa e estudo e ofertas de cursos distribuídos na carga horária regular de trabalho.
Pedagogicamente, alteram-se as disposições que dão domínio de classe, ensino, postura profissional por meio da autoridade delegada ao professor. O professor é apenas, como dizia Sócrates, um “parteiro” de ideias. As ideias são produzidas pelo aluno, mas sempre é necessário um “trabalho de parto” para orientar o nascimento das mesmas.
Dessa forma, a crise, conceito exagerado e extremo, toma a dimensão da transição que, para um sistema que arruína, outro que nasce! Ao novo, delega-se a competência, habilidade, formação continuada e responsabilidade política e social, uma vez que a transição exige amadurecimento e postura profissional.
A representatividade social que a formação continuada apresenta, quanto ao bom desempenho do professor diante de seu complexo cenário de atuação profissional, considerando as crescentes demandas nas exigências sociais, tem sido um dos pontos nos quais situa-se o discurso dos espaços educacionais, tanto em nível das academias universitárias quanto nos pólos da educação básica.
Quando se trata de discutir a necessidade do professor se atualizar, muitas são as justificativas que surgem tentando implementar e solidificar, cada vez mais, uma atuação concreta para o ofício docente. Exatamente por se tratar de um momento em que notáveis avanços advindos do desenvolvimento econômico e das múltiplas alterações que decorrem no seio social, a organização do trabalho educativo alcança novos paradigmas e alterações diversas, reclamando o reencontro de seres pensantes, aptos e atuantes na perspectiva de construir respostas educacionais que correspondam aos objetivos sócio-educacionais vigentes.
Nesse pressuposto, a formação continuada se faz elo entre a profissão e a construção da identidade do educador a formalizar a dinâmica social do trabalho docente, especialmente pelo seu caráter conjunto e pela interação da classe educativa com vistas à melhoria da qualidade do ensino, rumo ao alcance dos seus objetivos, os quais retratam como função social para a escola a instrumentalização de um ensino no qual se vivencie a garantia de uma educação para a vida, ou seja, que o que se aprenda na escola seja útil na vida fora desta instituição.
O êxito de uma proposta de formação dependerá da clareza dos seus objetivos e consideravelmente, da metodologia utilizada, dos estreitos vínculos com as demandas da clientela escolar dos professores. Assim, a formação deve ser transformadora da compreensão dos fenômenos educativos, das atitudes do professor e do seu compromisso com a aprendizagem de seus alunos, devendo-se considerar ainda os processos pelos quais os professores se apropriam e constroem seus conhecimentos, suas características pessoais e suas experiências de vida profissional. A flexibilidade das ações de formação que não devem ser sempre organizadas e propostas de uma única forma, mas de acordo com as necessidades de aprendizagem do professor, detectadas através de diagnósticos que apontem um caminho a ser seguido e das características do que se aprende.
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